O preço das ações do PagSeguro caiu 11,5% ontem, quando o jornal respondeu à notícia de que o banco central iniciou uma consulta pública para definir um limite de 0,5% na taxa de câmbio (TIC) cobrada para transações com cartão pré-pago.
Em média, o ICT utilizado nos cartões pré-pagos hoje é de 1,5%, o que é três vezes o limite esperado do BC. A TIC faz parte da taxa de desconto (MDR) e é uma recompensa definida pela marca usada para incentivar os emissores de cartão. O PagSeguro é uma empresa brasileira de capital aberto e a maior parte de sua receita é afetada por esta tarifa.
Curiosamente, o jornal havia caído 19% na sexta-feira – colocando o assunto em consulta pública antes da publicação do relatório da Colúmbia Britânica. Desde a alta de 11 de fevereiro até o fechamento de ontem, o valor de mercado do PAGS caiu 47,7%.
Na terça-feira, por volta das 11h30, horário do Brasil, as ações subiram 6% em Nova York.
Caso as restrições recomendadas pelo BC sejam implementadas, o Itaú BBA estima que o PAGS perderá 300 milhões de reais em seu lucro líquido estimado em 2022 – uma redução de 14,8% em relação ao faturamento estimado de sua empresa no próximo ano.
Para analistas do Itaú, embora a medida já tenha sido discutida com o mercado, as tentativas de implantação da medida neste ano surpreendem.
Da mesma forma, os analistas do Bank of America disseram que ficaram surpresos com as consultas públicas, uma vez que a receita dessas taxas tem pouca relevância para o setor – elas representavam apenas 2% da receita total do cartão de crédito.
O Bank of America estima que essas taxas representem 50% a 60% da receita do PagBank (estimada em aproximadamente 600 milhões de reais em 2021) e 5% a 6% da receita total do PagSeguro.
O Bank of America reserva sua opinião de que a empresa diversificou sua receita por meio de novos produtos, como empréstimos, seguros e investimentos. O JPMorgan Chase calculou que essa medida pode levar a uma redução de 16% no lucro por ação do PagSeguro.
Na Stone, a correção foi ainda mais devastadora: o papel já caiu 67% desde o high em 17 de fevereiro, quando o papel negociou a US$ 94,09. Ontem, fechou a US$ 30,87.